A escrita é o fio que atravessa todas as minhas expressões criativas — o espaço onde pensamento e sentimento se fundem em forma. Mesmo quando não compartilhada, é a faceta mais bruta da minha prática, aquela que sustenta tudo — meu modo de dar sentido às coisas — onde intuição e raciocínio, mãos e mente, memória e projeção buscam uma voz. E talvez seja isso, no fim das contas, o que venho buscando: como criadora, como mulher que atravessa este mundo.
Na escrita, meu processo não apenas se narra, mas se sente profundamente, revelando as correntes subterrâneas que atravessam meu trabalho entre disciplinas. Ela transcende os limites do material e destila a essência do que me move — um desdobramento de paisagens internas que ganham forma no design, na arte e em cada gesto de criação. Escrever, para mim, também é um ato de resistência num mundo que sufoca — é o que me permite respirar. Oscilando entre o português e o inglês, como se uma só língua jamais fosse suficiente — tentando traduzir tanto o que é palpável quanto o que escapa.