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Designing Resilience:Housing Prototype for Quinhagak, Alaska, 2024

Pratt Institute, Brooklyn

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Instructors: Enrique Lanz Oca, Natalie Monterrosa

Team: Gabriela Mestriner, Christopher Hauserman, Anthony Cowell , Grace Martin , Jack Young , Andrew Dionne

Durante o ano letivo de 2024-25 no Pratt Institute, tive a oportunidade de colaborar com uma equipe multidisciplinar em um projeto significativo voltado à adaptação às mudanças climáticas na comunidade Yup’ik, em Quinhagak, no Alasca. O projeto está sendo desenvolvido sob a orientação cuidadosa dos professores Enrique Lanz Oca e Natalie Monterrosa, em parceria com colegas de arquitetura e design.

Trata-se de um protótipo experimental concebido para enfrentar os severos desafios ambientais enfrentados pela comunidade. Utilizando recursos disponíveis localmente para garantir viabilidade e considerando as limitações e custos de transporte para áreas remotas, o projeto integra uma unidade habitacional sustentável com sistemas de energia renovável, como microturbinas eólicas, painéis solares e um centro de armazenamento de energia. Mais do que a solução técnica, o projeto valoriza os aspectos educacionais e culturais que são fundamentais para a resiliência da comunidade.

A tundra ártica passa por mudanças ambientais aceleradas — desde o degelo do permafrost até a elevação do nível do mar e a redução das camadas de gelo — que ameaçam diretamente os modos de vida das comunidades indígenas. O objetivo do projeto é colaborar de forma próxima com a comunidade Yup’ik na criação de estratégias adaptativas que respeitem suas tradições culturais e fortaleçam sua resiliência, compartilhando saberes sem comprometer sua autonomia ou capacidade de decisão.

O trabalho — assim como meu olhar — parte de um lugar de humildade: compreender necessidades, respeitar processos e aprender com os saberes ancestrais. Reafirma minha convicção de que o design não deve impor futuros, mas sim apoiar comunidades na construção dos seus próprios — enquanto aprendemos com elas como sustentar os nossos.

Crescer cercada pela riqueza cultural do Brasil e manter vínculos com comunidades indígenas no Xingu sempre me inspirou a observar como diferentes povos aprendem com seus territórios e extraem deles formas sustentáveis de viver. A ausência dessa conexão é, em muitos aspectos, uma das causas centrais da crise climática que enfrentamos hoje. Tenho profunda admiração por tecnologias ancestrais capazes de responder a questões contemporâneas. Este projeto tem me permitido trazer essa perspectiva para um contexto global, e aprender ainda mais sobre formas de habitar em condições extremas que, embora distintas das que conheço no Brasil, compartilham desafios moldados pelas mudanças do clima.

Essa experiência reforça meu compromisso com a sustentabilidade, com a escuta sensível e com o papel do design diante de desafios globais. Tem sido um privilégio contribuir com esse trabalho, aprender com outras visões e compartilhar perspectivas. Sigo animada para mais um semestre junto a essa equipe.

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