2015-2016
São Paulo, Brasil
Dissertação de Graduação, Universidade Presbiteriana Mackenzie
Vencedor do 28º Concurso Opera Prima

O trabalho de conclusão de curso “MovaSer”, que propôs a criação de um complexo multicultural dedicado à dança, foi vencedor do prêmio nacional Ópera Prima (2015-2016), sendo reconhecido como um dos melhores trabalhos de graduação em arquitetura do Brasil. Como projeto-proposta, teve papel fundamental na minha formação como arquiteta e designer com atuação transversal. O projeto arquitetônico e a fachada cinética desenvolvida em complemento ao edifício foram nacionalmente reconhecidos ao conquistar a 28ª edição do Ópera Prima — a mais tradicional e relevante premiação do país dedicada a trabalhos finais de curso em Arquitetura e Urbanismo, abrangendo todas as instituições de ensino superior brasileiras.
A fachada tem papel central no projeto, sintetizando as intenções do conjunto ao funcionar como elo visual direto entre o edifício, a cidade e sua paisagem urbana. Trata-se de uma releitura do sistema cinético desenvolvido pelo artista visual Ned Kahn, composta por painéis retangulares de alumínio (25x20cm) que refletem fragmentos do entorno e se articulam em ondas com a força do vento. A fachada dança — literalmente — e a magia está justamente no movimento: o fato de que elementos homogêneos, estáticos e semelhantes, quando se comportam de forma espontânea, imprevisível e independente, geram um efeito lúdico e interativo. Além de atender a demandas funcionais e térmicas do edifício, a fachada foi pensada para gerar energia renovável, aproveitando a força do vento para movimentar os pequenos painéis.
O MovaSer, Centro Cultural da Dança, é um espaço voltado ao indivíduo — pensado para ser vivido, experimentado. Parte da premissa de que, quanto mais influência uma pessoa pode exercer sobre o espaço que a cerca, maior tende a ser seu envolvimento emocional com ele. Cria-se atenção, cuidado e afeto. O objetivo do projeto é justamente ampliar as oportunidades e possibilidades de identificação pessoal com o espaço, criando um lugar verdadeiramente pertencente às pessoas na cidade — onde elas possam se reconhecer. Tanto na praça central quanto no edifício, a intenção principal é oferecer espaços abertos, públicos e disponíveis à apropriação espontânea.
O projeto não busca impor usos — pelo contrário, reconhece que os usos mais potentes são, muitas vezes, os mais naturais. Não é necessariamente verdade que uma forma específica sirva apenas a uma função específica; há formas que permitem múltiplas interpretações e que, inclusive, as provocam à medida que o tempo e o contexto mudam. Essa variedade de possibilidades deve ser intrínseca ao desenho e à forma — como uma dança livre de cada pessoa que habita esse espaço.