São Paulo, Brasil, 1992.
Atualmente vive e trabalha no Brooklyn, Nova York.
O trabalho de Gabriela se move entre disciplinas, habitando o espaço entre práticas de design interdisciplinar, arquitetura e arte — operando no campo relacional em que material, corpo e ambiente formam sistemas de influência mútua. Sua prática se desenvolve como uma investigação sobre material, forma e significado, explorando como processos de pesquisa e experimentação podem abrir novas maneiras de perceber e se relacionar com o mundo — onde a expressão física é inseparável das forças temporais, sociais e ecológicas que a moldam.
A pesquisa e a experimentação se desdobram como métodos de percepção e conexões: entre infraestruturas urbanas e técnicas ancestrais, entre lógicas digitais e saberes manuais, entre extração e regeneração. Nessa prática, a matéria torna-se ao mesmo tempo meio e agente — participante ativa na construção de sentido, e não recurso passivo. Suas investigações consideram como os materiais carregam e transformam histórias, gestos e relações, refletindo padrões culturais e ambientais.
Seu entendimento de lugar é formado por geografias sobrepostas e sistemas de conhecimento em interseção. Nascida em São Paulo, filha de mãe baiana e pai indigenista que trabalha próximo a comunidades no Xingu, seu sentido de território estende-se para além de fronteiras nacionais, incluindo práticas compartilhadas de fazer, cuidar e habitar a terra. Esses atravessamentos continuam a orientar seu trabalho enquanto ele se desdobra entre Brasil e Brooklyn, engajando paisagens, memórias culturais e condições urbanas contemporâneas.
Gabriela formou-se em Arquitetura e Urbanismo em 2016 e cofundou o Flipê Arquitetura, estúdio reconhecido por sua abordagem experimental ao espaço e à materialidade, o que lhe rendeu a nomeação ao Forbes Under 30 Brasil em 2022. Em 2024, fundou a Mest, prática interdisciplinar e orientada por pesquisa, baseada em Nova York, dedicada a explorar como sistemas de relações materiais, culturais e ecológicas moldam a experiência vivida.
Essa condição de entre-lugares — geográfica e disciplinar — configura uma identidade e uma prática que não se assentam em pontos fixos, mas em cartografias de relação. Esses atravessamentos sustentam um campo ampliado de exploração, onde o design torna-se um gesto de escuta e resposta — uma forma de imaginar como o mundo contemporâneo pode ser remapeado a partir da atenção cuidadosa ao que já está vivo, já em movimento.