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O estudo de materiais está no centro de como penso e crio. Por meio da experimentação manual com resíduos, elementos naturais e matérias negligenciadas — como pó de aço, serragem e folhas secas — exploro como a matéria pode carregar significado. Esses estudos se desdobram tanto como processo quanto como proposição: uma pesquisa tátil sobre as dimensões sensoriais, simbólicas e ambientais dos materiais. A série de papéis magnéticos, as pigmentações provocadas pela oxidação e os experimentos com polpa reciclada refletem uma abordagem em constante evolução, na qual o fazer se torna um método de investigação.

Uma série de papéis experimentais foi desenvolvida a partir de resíduos coletados nos laboratórios de fabricação do Pratt Institute. As composições principais incluem pó de aço da oficina de metal, pó de madeira da marcenaria e folhas secas recolhidas do entorno. Entre os resultados, destaca-se um papel magnético, criado ao combinar polpa de papel branco reciclado com alta concentração de pó de aço fino. A cor profunda, em tons de ferrugem, e as variações na superfície surgiram inteiramente das partículas metálicas incorporadas — sem o uso de corantes ou pigmentos. À medida que o metal oxidava, texturas ricas e tonalidades mutáveis emergiam, transformando o papel em um material vivo. Todos os papéis foram produzidos por meio de um processo artesanal de moldagem manual, resultando em superfícies flexíveis e texturizadas, que mantêm o toque suave ao mesmo tempo em que expressam a crueza dos materiais de origem. Cada folha se torna um registro de lugar e transformação, convertendo resíduos de fabricação em matéria significativa, com potencial para o design, o artesanato e a narrativa.

Este projeto ressignifica o pó de aço — subproduto do corte e lixamento de metal — para produzir uma série de papéis artesanais com propriedades magnéticas. Compostas inteiramente de polpa de papel branco reciclado e resíduos metálicos finos coletados nos laboratórios de fabricação do Pratt, as folhas resultantes são moldadas por meio de processos de peneiramento, mistura e moldagem manual — transformando o resíduo industrial em uma nova linguagem material.

A cor do papel não é aplicada, mas nasce da sua própria química: um tom terroso e quente que emerge da oxidação natural do aço incorporado — uma ferrugem viva que mancha as fibras de dentro para fora. A magnetismo, também, não foi projetado, mas descoberto — uma resposta inesperada que deslocou o projeto da recuperação técnica para a provocação material.

Apesar da aparência delicada, os papéis são surpreendentemente flexíveis e resistentes. Ao atrair pequenos fragmentos metálicos, tornam-se mais do que superfícies — são dispositivos de memória, guardando rastros de trabalho, processo e lugar. Em vez de buscar uma utilidade tradicional, o trabalho convida à reflexão sobre o que é descartado, o que tem valor e como o design pode honrar a matéria.
 

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